Tout d'un coup, il m'est devenu indifférent de ne pas être moderne

8.3.10

Tradução Simultânea

Leio distraidamente alguns posts, convidada que fui a fazê-lo há uns meses atrás por aquele là escreve. Sorrio. O titulo já é equivoco. Tradução Simultânea.
Eu que não acredito em traduções, fui lendo e deixei-me convencer pela prosa do autor. Não há duvida que o Nuno Miguel Guedes escreve bem.

Convencer é « un grand mot » como se diz em francês. Prova é que traduzir é difícil. Habituada que estou a saltar de uma lingua para a outra, e falo varias, quando alinho palavras apos palavras, como neste momento, fico desesperada com tudo o que perco. E se fosse só neste simples comentário.
O pior é quando tento falar dos sentimentos, das emoções, daquilo tudo que vivo e que quero transmitir. Impossível. Faltam-me letras ao alfabeto, palavras. Não tenho vocabulário que consiga traduzir aquele sentimento , aquela emoção que me transformou, aquele momento preciso que me perturbou.
Entre o coração e a mão, um braço. Veias onde corre o sangue que dilui, que digo, que afoga! que reduz ao silêncio o mais simples dos sentimentos. Quero gritar e não posso. Exactamente como aqueles que precisam dolorosamente de se sentirem amados e que com a prova de amor na mão oferecem silêncios como resposta

Tradução Simultânea ?
Traduzir, é como transportar àgua nas palmas das mãos. É naquela àgua que cai, que fica a essência mesmo daquilo que eu queria dizer. Està ali perdido no chão tudo o que não consegui traduzir.

Assim penso quando leio o blog do Nuno Miguel Guedes. É exactamente aquela àgua que caiu que eu gostaria de ler. É ali exactamente no que não està, que està tudo.

E nem o grafismo por mais belo que ele seja de « pleins et déliés » feito em principio pela simplicidade daquela caneta Mont Blanc que andou comigo mais de vinte anos e que lhe ofereci me convencera . Não há tradução possível.

Apenas existe a impossibilidade de tradução.

Cet homme est séducteur en diable !